EUA "confiantes" de que Snowden será julgado
Snowden está escondido em Hong Kong e os Estados Unidos lançaram uma investigação criminal depois de o ex-assistente técnico da CIA (Central Investigation Agency, serviços secretos norte-americanos) ter divulgado informação sobre a vasta operação de vigilância eletrónica da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA - National Security Agency).
"Este caso ainda está sob investigação e posso garantir que a pessoa responsável por essas fugas de informação extremamente danosas irá prestar contas", declarou Holder numa conferência em Dublin, após uma reunião com responsáveis da União Europeia.
"A segurança nacional dos Estados Unidos foi afetada por essas fugas. A segurança do povo norte-americano e do povo das nações aliadas está em risco", sublinhou.
Eric Holder indicou igualmente que concordou em partilhar com a União Europeia pormenores sobre o chamado programa PRISM, que foi exposto depois de Snowden falar com jornais britânicos e norte-americanos.
A 07 de junho, os jornais Washington Post e The Guardian noticiaram que a NSA e a polícia federal norte-americana (FBI) tinham acesso aos servidores de nove gigantes da internet, como Microsoft, Yahoo!, Google e Facebook.
O programa secreto, com o nome de código PRISM, está ativo desde 2007 e permite à NSA ligar-se aos servidores das empresas para consultar informações sobre os utilizadores.
Skype, AOL, YouTube, Apple e PalTalk participam também no sistema e a plataforma de alojamento de ficheiros Dropbox deveria ser acrescentada em breve.
O caso foi denunciado por Edward Snowden, um informático de 29 anos que trabalhava numa empresa privada subcontratada pela NSA.
Refugiado desde 20 de maio em Hong Kong, Snowden afirmou na quarta-feira que quer ficar naquele território autónomo chinês e que aí lutará contra qualquer tentativa de o extraditar e "combaterá o Governo norte-americano perante os tribunais".
O diretor do FBI, Robert Mueller, confirmou na quinta-feira que foi instaurado um processo penal contra Snowden.